Ana Norogrando |
MS: ¿Qué aportan particularmente las instalaciones a tu trabajo plástico? ¿cómo caracterizarías ese concepto: instalación? |
-A instalação, é resultado da evolução de meu trabalho plástico. É decorrente de minha pesquisa em arte, que ao longo do tempo foi se modificando e transformando, motivada pela reflexão contínua de seus resultados. A instalação , sua relação entre os objetos e o espaço, veio contribuir e complementar, de forma integral, idéias iniciais, fragmentadas e conceitos que eu tinha , em um único contexto. -Deste modo, caracterizo o conceito instalação como uma organização espacial que proporciona uma relação entre as peças utilizadas e o ambiente, visando suscitar reações no observador, ou seja ,a sua participação movimentada (caminhar entre- dentro). O ponto de partida, a origem deste trabalho(1985) surgiu tendo como motivação o material - fibra metálica- em uma linguagem fundamentalmente têxtil, no plano bidimensional, experimentada em suas múltiplas possibilidades e marcada pelo abstracionismo geométrico, onde o círculo (como forma e como símbolo) era dominante. Do plano bidimensional transferiu-se para o tridimensional conquistando a linguagem escultórica através de um mundo cada vez mais surreal e simbólico.Nesta trajetória da forma (como estrutura, forma e conteúdo) as idéias que eu tinha no inicio, apresentavam -se, muitas vezes, de maneira isolada, fragmentada, mas se mantiveram ao longo do desenvolvimento do trabalho. Com a instalação, consegui, juntar, ampliar e integrar (dar mais densidade) a essas idéias em um único contexto. A instalação permitiu a inter-relação entre o espaço interior (de cada estrutura/ objeto/ móbile) com o espaço exterior (um objeto em relação a outro) e o espaço/ambiente propondo uma leitura integrada em um espaço único (auto- referente). |
MS: ¿Qué idea de espacio artístico contienen las instalaciones? ¿Se relacionan, a tu juicio, con el espacio de las concepciones físicas actuales? |
-Na instalção o espaço físico é real. Na arte, o espaço virtual é um espaço auto referente, onde predominam as funções simbólicas e poéticas, e na instalação ele significa, não só a sua informação mas também o interrelacionamento do informado com o espaço pré-existente. Eu entendo como espaço auto referente, no caso da instalação como os elementos aí contidos que servem como referência. É o próprio espaço, mas não só com suas informações (o informe: sons, luzes, imagens, objetos), mas o que este espaço transmite e conseqüentemente a mútua relação entre o visitante (o informado) e o espaço proposto. |
MS: ¿Qué hace la instalación con el espacio donde se instala? |
-A instalação transforma o espaço onde ela se instala. O espaço de uma galeria pode ser preenchido com terra, com o vazio total, lixo. Elementos naturais podem ser reorganizados sob novas coordenadas,em ambientes fechados, tradicionalmente consagrados na arte.A informação espacial pode se dar em sons, luzes, imagens, objetos e corpos humanos em movimento ou imóveis, usando técnicas tradicionais de arte ou mídias de massa, cada um desses elementos existindo por si e ao mesmo tempo, tecendo uma rede sutil de energias que interagem criando um todo novo. Exemplo: Em minha instalação «ARA» - um altar com tótens. A utilização de uma música instrumental contemporânea (sons metálicos,...) nesse espaço, transmitirá, a esse altar, a sensação de espacial e futurista. Com a utilização de sons tribais ( batuques, ruidos da natureza,...) esse altar se transportará para um mundo primitivo. Essa proposta de alternar o tipo de som foi realizada por mim. Mesma instalação, com variação de som, a informação espacial é alterada, o inter-relacionamento entre o espaço e o visitante é diferenciado. |
MS: ¿Cómo se articula ese espacio literal «entre» los sólidos incluidos en el trabajo-instalación con el espacio imaginario de toda (es mi criterio) ficción artística? ¿Significa el primero la disolución del segundo...? |
-No meu entender o espaço(literal) provoca o outro, o espaço imaginário. Nas instalações, os elementos estéticos-conceituais agrupados e ou criados pelo artista, levam a uma leitura específica do lugar. Levam a uma ruptura com o real e transportam o visitante a um mundo imaginário. eu penso, que o «espaço imaginário» é uma realidade que surge a partir da imagem ( como o imaginário trabalha com imagens e não objetos) transmitida pelo espaço real ( objetos, luzes, sons, etc.). |
MS: ¿Qué aspectos de la temporalidad envueltos en el proceso pueden ser específicos de las instalaciones? |
-As instalações se caracterizam pela efemeridade - Seu registro é através de vídeo. Seu tempo é o tempo de sua duração ( instalação). A temporalidade da instalação, seu caráter provisório, varia de instalação para instalação, mas seu tempo limitado, faz parte de sua estrutura. O seu sentido transitório, eu penso, reforça o sentido de sua significação. Leva o visitante muitas vezes a questionar o que realmente aquilo representa. Têm instalações onde a efemeridade faz parte da proposta do artista. Principalmente onde, na sua temporalidade, têm início e fim (tempo limite dentro do tempo). Ex. instalações com materiais perecíveis ou em decomposição, ( plantas ) em crescimento,... Este assunto requer uma análise de diferentes instalações. |
MS: ¿Crees que el tiempo de la recepción- ambulatoria de una instalación es más libre que el del contorneo de una escultura por parte de un espectador, o el del recorrido de una obra arquitectónica, por ejemplo? |
-O tempo da recepção de uma instalação é mais livre. As formas tridimensionais, até então contidas em si mesmas passam a ser percebidas como tendo relação espacial com o lugar onde se encontram e com a percepção do visitante; deixam de ser uma coisa para ser um lugar. O tempo e o espaço compactados da escultura transformam-se pela vivência do tempo-espaço real. |
MS: ¿Qué representan las instalaciones para el concepto de sujeto: es éste un sujeto en verdad interior o de todos modos exterior al proceso concreto de arte? |
-Nas instalações o tema pode ser a motivação ou, várias motivações podem levar a escolha de um tema e à delimitação de um feixe de interesses: estéticos - conceituais, ideológicos e até afetivos. Considero interior ao processo da arte - a própria motivação do artista, a qual pode ser determinada até inconscientimente. Exterior ao processo da arte - qualquer tema que pode ser escolhido, determinado, considerando outras influências que não a necessidade, motivação interior do artista. |
MS: ¿Es decisivo para el sujeto perceptor, a tu parecer, involucrarse con un espacio actual (no un simulacro, sino penetrable, transitable)? ¿Cuál puede ser el sentido de la participación de un sujeto receptor de instalaciones, comparada con otras formas visuales, arquitectura, ambientes, happenings? a |
-E decisivo o envolvimento do sujeito para esta modalidade de arte. A participação do visitante, como qualidade intrínsica à instalação, tem sido mal compreendida por muitos. A visão da necessidade de atuação sobre o material exibido, transformando-o em jogo lúdico, pode ser sómente a condição criada pelo artista de provocar percepções por meio de coordenadas previstas no trabalho.Essa participação deve-se entender, pode acontecer no interior do visitante, sem a necessidade de manipulação externa. A observação requer distância entre o espectador e o objeto analisado, e está presente na escultura tradicional. A distância física estabelece uma diferença importante: influencia na distância perceptiva do objeto ( a presença física do objeto..., contribuí para torná-lo perceptivamente mais real ). O fenômeno da percepção necessita de uma rede sensorial em atividade para decodificar o real. O resultado passa por uma seleção até chegar a uma significação figurativa sobre o sensorialmente obtido, contrariando o fenômeno da observação que está ligada ao sentido da visão. O espaço ( imaginário) ocupa um grau de realidade de nossa psique, mobilizando instâncias, despertando sentimentos, etc. O sentido da participação do sujeito em relação à instalação vai além da obsevação. Na maioria dos projetos, onde o conceitual discursivo predomina, os ítens aí colocados exigem um interrelacionamento de leituras perceptivas. |
MS: ¿Qué espacios conceptuales específicos se abren gracias a la categoría de instalación, si se la confronta con otras categorías afines, como han sido los ambientes y happenings? ¿más densidad y menos juego, tal vez? |
-Os «ambientes»estão atrelados criticamente à arquitetura e a decoração arquitetônica ,ironiza suas funções. O «happening» é um jogo coletivo- joga com a surpresa do espectador. Na instalação o espaço é criado livremente desligado de qualquer função ou jogo. Apresenta maior densidade. Os artistas determinam sua escolha, que mesmo incoscientemente, podem ser repositórios de elementos estéticos conceituais comuns a outros suportes de arte. Quando refiro-me ao «jogo do happening» estava atendo-me à sua característica fundamental que é a improvisação. O que caracterizou a passagem do «happenig» para a performance, foi justamente o aumento da preparação em detrimento do improviso e da espontanedade. Suas apresentações são em eventos. A instalação no meu entendimento tem maior densidade porque o tempo é livre, o visitante estabelece o seu próprio tempo. |
MS: ¿Cómo se concertan allí -en las instalaciones- las funciones de azar (lo aleatorio) y deter- minación causal; lo imprevisto y lo predeterminado? |
-Nas instalações coexiste o imprevisto e o predeterminado. Primeiro se estabelece o determinado e posteriormente o aleatório. Na instalação Ressonâncias - ( RJ ) Nessa instalação considero: Como pré determinado - os objetos, a organização espacial dos objetos (os móbiles) e a iluminação. Como aleatório- os movimentos e as sombras dos objetos. Esses nunca serão definidos e se repetirão da mesma forma, sendo assim, aleatório. Considerando sob um outro aspecto: A instalação pode estar estruturada em um lugar específico, ou ser passível de transporte, sem perder suas coordenadas significativas. Dificilmente os espaços de exposições são iguais. Esta exposição (Ressonâncias) nunca foi montada / apresentada da mesma maneira, mesmo utilizando os mesmos objetos, luz,... (previstos) os resultados visuais sempre foram distintos em conseqüencias ou limitações dos espaços de exposições (aleatório). |
MS: ¿Qué espacios conceptuales específicos se abren gracias a la categoría de instalación, si se la confronta con otras categorías afines, como han sido los ambientes y happenings? ¿más densidad y menos juego, tal vez? |
-Os «ambientes»estão atrelados criticamente à arquitetura e a decoração arquitetônica ,ironiza suas funções. O «happening» é um jogo coletivo- joga com a surpresa do espectador. Na instalação o espaço é criado livremente desligado de qualquer função ou jogo. Apresenta maior densidade. Os artistas determinam sua escolha, que mesmo incoscientemente, podem ser repositórios de elementos estéticos conceituais comuns a outros suportes de arte. Quando refiro-me ao «jogo do happening» estava atendo-me à sua característica fundamental que é a improvisação. O que caracterizou a passagem do «happenig» para a performance, foi justamente o aumento da preparação em detrimento do improviso e da espontanedade. Suas apresentações são em eventos. A instalação no meu entendimento tem maior densidade porque o tempo é livre, o visitante estabelece o seu próprio tempo. |
MS: ¿Cuál es tu énfasis en la instalación, el polo conceptual, el polo sensible? |
-Na minha instalação é dada uma maior ênfase ao sensível, promovido pelos conceitos. As idéias que motivaram minhas instalações surgiram a partir de conceitos, baseados no paradóxo entre o sagrado e o profano; o religioso e o ritualístico; o senxual e o místico; o primitivo e o espacial. Essas idéias através desses conceitos tomaram formas e significados em um determinado «espaço» (lugar). No caso da instalação -Ressonâncias- o movimento e a luz complementam a obra, e esta estabelece um inter-relacionamento com o visitante. Este relacionamento é possibilitado pelo movimento independente de cada objeto em resposta a ação do manipulador, gerando um efeito desmaterializador das formas ( sombras) pela luz. .Este espaço, com todos os seus elementos, o tratamento plástico dos objetos, sua ambientação, apresentam como resultado um espaço auto- referente com um forte apelo ao sensível. |
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